Eratóstenes nasceu em 276 a. C, na Grécia. É um dos sábios mais importantes da Antiguidade, tendo-se notabilizado em vários campos: foi matemático, geógrafo, astrónomo, filosofo, poeta e historiador. Em 194 a. C., morreu (provavelmente cego), em Alexandria, onde foi director da célebre Biblioteca.
Entre os seus mais relevantes feitos, descobertas e invenções, há a destacar as que empreendeu nos domínios da astronomia.
Foi ele o criador da esfera armilar; calculou a distância entre a Terra e o Sol, com uma assinalável precisão, se considerarmos os exíguos e imprecisos instrumentos da época; mediu a inclinação da elíptica; elaborou um catálogo de 675 estrelas fixas; provou a esfericidade do globo, utilizando conhecimentos de trigonometria; e calculou o perímetro da Terra.
Isto, num tempo em que praticamente toda a gente julgava que ela era "quadrada", plana, rodeada pelo fogo ou por mares indomáveis!
Este, foi, sem dúvida o seu maior empreendimento científico e um dos mais extraordinários, desses tempos. Relembre-se que a América (norte e sul), a Austrália e todas as regiões e mares austrais ainda não eram conhecidos dos europeus, nessa época.
Terá encontrado, num rolo de papiros da Biblioteca de Alexandria, a informação de que na cidade de Siena (hoje chamada Assuão), o Sol ficava a prumo, não produzindo sombra, no dia do solstício de Verão, em 21 de Junho. (Assim é, no hemisfério norte).
Essa informação foi confirmada num poço vertical, ao meio dia, por se encontrar (quase) sobre a elíptica.
Como vivia em Alexandria, reparou que as casas da cidade produziam uma sombra, cujo ângulo era possível de medir. Isto só poderia dar-se, sendo esférica a Terra!
No ano seguinte, no mesmo dia do solstício, mandou colocar um lenho direito, na vertical, em Alexandria e mediu o ângulo da sombra, que era de 7º 12’. Isto corresponde a cerca de 1/50 dos 360º da circunferência – o perímetro da Terra, em graus.
Na posse destes dados, o meridiano terrestre tinha de ser 50 vezes a distância entre Assuão e Siene!
Ao tempo, como é evidente, não havia o metro ou o quilómetro, as maiores distâncias mediam-se em estádios. Mandou medir essa distância, diz-se que, a passo de camelo, que é um passo certo, muito regular. É fácil perceber os erros acumulados que foram cometidos. Mas, mesmo assim, a distância foi medida em cerca de 5.000 estádios (cerca dos 925 quilómetros actuais). Multiplicou os dois números e encontrou um perímetro de 46. 250 quilómetros, contra o valor real de cerca de 40.000, que hoje se conhece.
O erro é perfeitamente compreensível.
O método é genial.